Planta Vital por Janice Zanatta

11 de jul de 20201 min

O Perfume de Clarice

Atualizado: 18 de jul de 2020

A sinestesia é considerada uma característica marcante da obra de Clarice Lispector, reconhecida escritora brasileira. Em 1968, em seu texto "Os perfumes da terra” a autora compartilhou um pouco da sua experiência com o universo das fragrâncias:

“Já falei do perfume de jasmim? Já falei do cheiro do mar. A terra é perfumada. E eu me perfumo para intensificar o que sou. Por isso não posso usar perfumes que me contrariem. Perfumar-se é uma sabedoria instintiva. E como toda arte, exige algum conhecimento de si própria. Uso um perfume cujo nome não digo: é meu, sou eu. Duas amigas já me perguntaram o nome, eu disse, elas compraram. E deram-me de volta: simplesmente não eram elas. Não digo o nome também por segredo: é bom perfumar-se em segredo.”

E qual era, afinal, o perfume de Clarice?

Hoje sabemos que sua fragrância favorita era o Vert et Blanc, da marca francesa Carven. Em um dos textos publicado no livro "Aprendendo a viver", a escritora chegou a expressar sua frustração pela linha não ser mais fabricada: "Vou a Paris de novo ver a Mona Lisa, pois estou com saudade. E comprar perfumes. E sobretudo reclamar com a Maison Carven por eles não fabricarem mais o meu perfume, o que mais combina comigo. Vert et Blanc (…).

Aos curiosos, fica o registro aromático acerca de uma das mais marcantes escritoras da nossa história.

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Fonte: Crônica Brasileira.

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